O que a Filosofia Chinesa tem para nos ensinar?
Atualizado: 22 de jun. de 2019

Acabei de ler um texto maravilhoso do Instituto de Coaching de Harvard, que contém insights fantásticos para a vida e que, portanto, partilho com vocês.
Filosofias chinesas que surgiram há mais de 2.500 anos trazem incríveis ensinamentos e refletem uma era de grandes semelhanças com a vida hoje: crises enormes e crescentes, mobilidade social reduzida, pessoas insatisfeitas e presas e otimismo reduzido. Exatamente como agora, havia a sensação de que a sociedade humana perdeu o rumo.
Cinco ideias baseadas em Confúcio, Mêncio, Laozi, Zhuangzi e Xunzi, retiradas do livro “O Caminho: o que os Filósofos Chineses Podem Ensinar-nos sobre a Boa Vida”, dos professores de Harvard Michael Puett e Christine Gross-Loh (2016) nos dão alguns "caminhos" super interessantes para os dias atuais:
1. BUSQUE POR NOVAS POSSIBILIDADES, NÃO PELO SEU EU AUTÊNTICO.
A mente humana é complexa, múltipla e muda constantemente em resposta a eventos e relacionamentos externos. O caminho para o pleno potencial acontece diversificando e experimentando novas atividades, não encontrando e aderindo a uma identidade claramente definida. O foco na definição de uma identidade, ao invés de expandir a expressão, restringe as opções e desliga as possibilidades.
2. CONCENTRE-SE EM PEQUENAS AÇÕES POSITIVAS, NÃO EM GRANDES IDEAIS.
Esses filósofos se concentraram em buscar alternativas para melhorar a desordem da natureza humana na vida cotidiana. Suas ideias encorajam as pessoas a criarem um mundo melhor fazendo coisas pequenas - engajando-se diariamente em rituais e atividades que continuamente cultivam um melhor “Eu” e atraem os melhores “Eus” dos outros. O caminho (a vida) não é uma luta para alcançar um grande ideal, mas deve evoluir continuamente através de melhores escolhas, ações e relacionamentos.
3. BUSQUE RESPOSTAS E DECISÕES SÁBIAS, NÃO ESTABILIDADE E PREVISIBILIDADE.
O mundo é caprichoso, em perpétua desordem e necessita um trabalho constante.
A análise lógica não é suficiente para se entender a complexidade da natureza humana e do mundo.
O caminho deve, portanto, ser direcionado para uma trajetória positiva e de longo prazo, que integre emoções e pensamentos (coração e mente) a cada momento para responder bem a cada evento que se desdobra e tomar, assim, decisões sábias.
4. SEJA FLEXÍVEL E GENTIL, SEM IMPOR A SUA VONTADE.
Existe uma complexa e dinâmica interconectividade entre pessoas, eventos e circunstâncias externas. A imposição da sua vontade não é, portanto, capaz de produzir efeitos duradouros.
O caminho é deixar de lado o seu ego, dominador e voluntarioso, para apreciar plenamente o que parece desconectado e, então, suavemente ser capaz de criar novas conexões.
5. PARA SER CRIATIVO, PARE DE RESISTIR AO FLUXO E ÀS MUDANÇAS DO MUNDO EXTERNO.
Muitas vezes resistimos, até mesmo em luta, às situações atuais e ao estado do mundo. Nossa resistência (desejando que fosse diferente) nos desliga da vasta rede de conexões e interrompe a nossa evolução. Ao invés de uma luta, o caminho deve ser um estado aberto de competência espontânea e engajada, em sincronia com um mundo em mudança. A criatividade emerge em todos os momentos em que nos abrimos à vastidão e buscamos diversas perspectivas com curiosidade sem limites.
Flui na Prática
Que novo ritual você pode começar, que cultivaria o seu melhor “Eu”?
Como seria a vida se você deixasse fluir e abraçasse a surpresa?
Como você poderia trazer força suave e flexível para a sua vida?
Que pessoas e situações fluem com você (e não contra)?
Comece a se expandir. Pare de tentar “se encontrar”.
Cultive os seus novos “Eus” com novos rituais.
Abrace o caos e o fluxo. Pare de resistir e lutar contra a realidade.
Seja gentil e flexível, não forte e voluntarioso.
Flua como água.